quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

FALAR

Falar
não é exprimir
Não é trocar
nem fazer escambo.

Falar é fazer um rombo
no pensamento
É saber morder

e arrancar pedaço.
E depois
ver o que restou
do estrago

*

A MEDIDA DO MUNDO

Em matéria
de amor,
o excesso
é o mínimo
que peço.

*

FILHOS

Engraçada
essa história de filhos.
A gente não se reconhece
acha lindo
e vai dormir.

(todos os poemas acima são de:
Luiz Paulo Vasconcellos, Comendo pelas beiradas,
Porto Alegre: Tambor, 2006)

*

GULA


bis

coito

(Júlio Castañon Guimarães,
17 peças [1983], sp:
cosac naify, 2006, p. 175)