domingo, 27 de janeiro de 2013

sábado, 26 de janeiro de 2013

no início era o Verbo




Deixa que as palavras

Deixa que em ti façam as palavras 

deixa que elas seja livre
elas penetrar-te-ão bem fundo
fazendo formas sobre formas
formarão em ti aquela vivência
deixa que em ti façam as palavras
elas farão em ti como quiserem
fazendo formas novas na tua cousa
farão na cousa tua
a mesma cousa exatamente
que elas são a cousa que farão
você entenderá que elas far-te-ão reviver
aquela vivência e seu significado como natureza
pois elas natureza são e não invenção
e nem descoberta que sim são natureza
farão a cousa natureza em ti
como dar sexo é vida para a palavra
deixa que em ti façam as palavras

Escrito de Yona sobre papel de Ofra Zimbalista (1984)


Homem não Homem/ Mulher não Mulher

mulher não mulher
fazem amor
seios nus
sem cara
sexo e rosto
como na Cabala
na magia negra
o dentro se despe
eles perdem a
cara
homem não homem
mulher não mulher
na cara o sentimento morto
nos órgãos sexuais
a sensação
a cabeça cheia
de boa vontade
porém mais
de medo
e é possível guardar
a virgindade
emocional
até a vinda do Messias
e ele virá
a mulher será mulher
o homem homem
suas caras sexuais
e nos seus membros
o sentir renascerá
uma tartaruga branca
a muralha do Poderoso
que de uma onda se tornou
um dique para todo sentimento
que se despedaça como
uma catarata
para mergulhar
a mulher homem
e o homem mulher

homem não homem


(Yona Wollach, Yona e o andrógino - Notas sobre poesia e cabala, trad. Moacir Amâncio, SP: Nankim e Edusp)


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

é preciso desfazer essa forma de pensar .: viver que torna o fato da exploração lógico.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

"Não teme Paula ao francês,
ao português, ao romano,
ao inglês, ao persa, ao medo,
somente teme ao parto."

(Juan del Valle y Caviedes [séc. XVII], Obra completa, Ed. Daniel Reedy. Venezuela: Ayacucho, p. 323)