"Entre os que para elas [as ciências humanas] se voltavam, mas também entre os estudiosos de filosofia, difundiu-se então no Brasil a prática de lançar mão de Nietzsche como caixa de ferramentas e de utilizar como operadores conceitos seus. Não se tratava, por certo, de reconstituir o seu pensamento ou de reinscrevê-lo em sua época, assinalando débitos e créditos. Não se tratava tampouco de cotejá-lo com outros sistemas filosóficos ou de comparar verdades doutrinárias, apontando afinidades e divergências. Atentos àquilo que o discurso nietzschiano suscitava, procuravam com a genealogia pôr sob suspeita as mais diversas formações ideológicas.
A mim sempre pareceu que não é enquanto comentador de Nietzsche que Foucault revela todo o seu brilho." (Scarlett Marton, "Nietzsche e a cena brasileira", p. 206)
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