quinta-feira, 27 de maio de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
outro dia assisti a uma palestra de um professor americano e me chamou atenção que toda hora ele falasse "the criteria", "the termini". verdade que no direito ainda se usa muito latim, mas é basicamente para expressões fixas que se tornaram chavões, sem diversidade vocabular: é sempre data maxima venia, permissa venia, exempli gratia, ab initio, in concreto ou (ipsis) litteris. francamente, ele não parecia ser o tipo que valorizava o conhecimento de qualquer coisa que alguém pudesse um dia chamar de 'morta'.
lendo um pouco, hoje me dei conta de que os reis franceses dominaram a inglaterra por mais ou menos 300 anos durante a idade média. e que é por isso que palavras em aparência tão inglesas quanto 'wall' derivam daquela parede romana ruída, denominada uallum.
a influência do imperium de roma em portugal foi ainda mais direta e duradoura. daí que sua língua se mostre ainda mais evidente na nossa. me impressiono com a beleza das correlações de sentido e com os cruzamentos. a nossa data, a nossa agenda são plurais das palavras neutras datum, agendum. um monte de campus universitários formam um campi. outro exemplum cotidianus é o medium, aquele cara que recebe espíritus. ele está bem no meio - entre a terra dos humanos e a das almas. um monte deles não forma um conjunto de médiuns, nem uma casa de espiritismo, mas uma media. eles são a mídia dos mortos e dos vivos.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
quarta-feira, 12 de maio de 2010
"consideremos os colégios do século XVIII. visto globalmente, pode-se ter a impressão de que aí, praticamente não se fala em sexo. entretanto, basta atentar para os dispositivos arquitetônicos, para os regulamentos de disciplina e para toda a organização interior: lá se trata continuamente do sexo. os construtores pensaram nisso, e explicitamente. os organizadores levaram-no em conta de modo permanente. todos os detentores de uma parcela de autoridade se colocam num estado de alerta perpétuo: reafirmando sem trégua pelas disposições, pelas precauções tomadas, e pelo jogo das punições e responsabilidades. o espaço da sala, a forma das mesas, o arranjo dos pátios de recreio, a distribuição dos dormitórios (com ou sem separações, com ou sem cortina), os regulamentos elaborados para a vigilância do recolhimento e do sono, tudo fala da maneira mais prolixa da sexualidade das crianças. o que se poderia chamar de discurso interno da instituição - o que ela profere para si mesma e circula entre os que a fazem funcionar - articula-se, em grande parte, sobre a constatação de que essa sexualidade existe: precoce, ativa, permanente".
(foucault, história da sexualidade: que vontade de saber, p. 34).
terça-feira, 11 de maio de 2010
ela virou o pescoço, se encostou no braço apoiado no joelho, mudou o cabelo de lado, fechou os olhos. esperou como quem nem esperava. estava acomodada na ponta do alto da escada central. foi tão devagar o encosto do lábio de baixo, depois o de cima, perfume quente. só percebeu que antes sonhava quando notou de repente que o mundo era uma boca macia na nuca.
situação
me diz, vovó
me diz, vovó
e tenha dó
quem foi que botou maisena no meu pó...
.
(são murungar, bezerra da silva)
me diz, vovó
e tenha dó
quem foi que botou maisena no meu pó...
.
(são murungar, bezerra da silva)
sábado, 1 de maio de 2010
"Saí na avenida
Só pra vê-lo dançar
Descobri que ele pra mim
Não sabia sambar
O que aconteceu
Com meu bem querer
Se já não me queres
Porque me fazer sofrer
Eu não quero me enfeitar
Eu não quero esse papel
Eu não quero me cobrir
De pedrarias, prata e pó
Pra provar: eu sou a única
Sou aquela que derrama o amor
Pelas paredes pelas janelas
Pelo chão
Eu sou a única
Eu não sou exatamente
Como a mulher na esquina
A princesinha do bar
A menina de flerte
Sorte que tens fantasia
Pois hoje é dia de carnaval
Sabes que eu sozinha
Não sei brincar de sorrir no final
Sim eu quero me enfeitar
Eu quero esse papel pra mim
Eu quero é me cobrir
Só pra vê-lo dançar
Descobri que ele pra mim
Não sabia sambar
O que aconteceu
Com meu bem querer
Se já não me queres
Porque me fazer sofrer
Eu não quero me enfeitar
Eu não quero esse papel
Eu não quero me cobrir
De pedrarias, prata e pó
Pra provar: eu sou a única
Sou aquela que derrama o amor
Pelas paredes pelas janelas
Pelo chão
Eu sou a única
Eu não sou exatamente
Como a mulher na esquina
A princesinha do bar
A menina de flerte
Sorte que tens fantasia
Pois hoje é dia de carnaval
Sabes que eu sozinha
Não sei brincar de sorrir no final
Sim eu quero me enfeitar
Eu quero esse papel pra mim
Eu quero é me cobrir
De pedrarias, prata e pó
Pra mostrar: não sou a única
Mas ainda derramo o amor
Pelas paredes pelas janelas
Pelo chão
Eu não sou a única
Eu sou exatamente
Como a mulher na esquina
A princesinha do bar
A menina de flerte"
Pra mostrar: não sou a única
Mas ainda derramo o amor
Pelas paredes pelas janelas
Pelo chão
Eu não sou a única
Eu sou exatamente
Como a mulher na esquina
A princesinha do bar
A menina de flerte"
.
.
.
(ele não sabe sambar, de juliana kehl e dipa)
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