outro dia assisti a uma palestra de um professor americano e me chamou atenção que toda hora ele falasse "the criteria", "the termini". verdade que no direito ainda se usa muito latim, mas é basicamente para expressões fixas que se tornaram chavões, sem diversidade vocabular: é sempre data maxima venia, permissa venia, exempli gratia, ab initio, in concreto ou (ipsis) litteris. francamente, ele não parecia ser o tipo que valorizava o conhecimento de qualquer coisa que alguém pudesse um dia chamar de 'morta'.
lendo um pouco, hoje me dei conta de que os reis franceses dominaram a inglaterra por mais ou menos 300 anos durante a idade média. e que é por isso que palavras em aparência tão inglesas quanto 'wall' derivam daquela parede romana ruída, denominada uallum.
a influência do imperium de roma em portugal foi ainda mais direta e duradoura. daí que sua língua se mostre ainda mais evidente na nossa. me impressiono com a beleza das correlações de sentido e com os cruzamentos. a nossa data, a nossa agenda são plurais das palavras neutras datum, agendum. um monte de campus universitários formam um campi. outro exemplum cotidianus é o medium, aquele cara que recebe espíritus. ele está bem no meio - entre a terra dos humanos e a das almas. um monte deles não forma um conjunto de médiuns, nem uma casa de espiritismo, mas uma media. eles são a mídia dos mortos e dos vivos.
Um comentário:
caramba! hahaha. não sei se pelo latim, mas comecei a ler esse texto com bastante seridade, até começar a perceber essa coisa, não sei se de fato uma ironia, mas que me fez sorrir. gostei bastante. (:
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