começou com o livro do didier eribon. as palavras se descolavam da pagina com alguma resistência mas o campo da retina atraia fatalmente seus corpos frageis, estampas negras vazadas de brancos espaços. primeiro o olho esquerdo, depois ambos tremeram de atençao. uma tremidinha de nada, bem discreta, como acontece as vezes com um musculo da coxa tensionado. e quanto mais cuidado, mais as palavras vinham com sentido, potes carregados de sentidos caindo pelas bordas... transpassando os limites dos cilios, chegando molhados na boca. meus olhos absorviam quanto podiam com entusiasmo e movimento. em pouco tempo os conhecidos passaram a rir com graça do meu tic e nao tardou para que os desconhecidos rissem com maldade, apos olhares indiretos, curiosos e estupefatos. dali uns dias a tremedeira se tornara intermitente, dominara minha cabeça e eu saia pelos boulevards parisienses dançando ritmos africanos jamais vistos ao som da passagem dos onibus.
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Um comentário:
parece eu depois de um cabernet contra o fluxo sobre duas rodas
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