quarta-feira, 13 de abril de 2011

aprender o francês correto, falar sem sotaque, não andar de all star e sem meia sobre o gelo, não chocar a cultura local nem a dominante global, respeitar esta nação que me recolhe, ir bem na faculdade, mostrar todo o potencial do terceiro mundo em 10 páginas de espaçamento simples, times new roman ou o tempo dos gregos, dos novos latinos, dos novos baianos, mas não, sobretudo nunca falar em terceiro mundo, jamais expor o racismo a ser engolido, obedecer a regras cegamente, como se espera que se faça especialmente em seu próprio país, porém não esquecer de, antes de mais nada, esquecer o seu país, que nunca lhe pertenceu, e tratar logo de perder esse accent, d'effacer essa sonoridade étrange et étrangère do seu vocabulário e, à propos, escrever um novo dicionário com estas páginas em branco da sua cabeça, sempre vazia e tão cheia de idéias inoportunas, ne plus rappeler ce qui tu croyas que tu étais, tout oublier, bien parler, bien vivre, bref, bien-être ailleurs, voilà. das ist alles.

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