Dos(as) 370 desaparecidos(as) políticos(as) de todo o Brasil reconhecidos(as) pelo Ministério da Justiça,por meio da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos* vários eram estudantes, professores(as) e funcionários(as). Desses, 50 eram da USP. Muitos outros nomes têm sido descobertos recentemente nos arquivos do DOI-CODI/DOPS, apesar de Tuma ter incendiado a maior parte dos documentos durante sua gestão.
Sabe-se que após uma tentativa frustrada de modernização da USP, promovida pelo reitor Ulhôa Cintra, em 1963 é eleito ao mais elevado cargo da administração universitária Gama e Silva. Logo identificado aos golpistas civis e militares, não tardou a obter cargos e funções no regime de exceção que se impunham tanto no nível estadual quanto federal. Gama e Silva nomeou uma comissão para investigar atividades "subversivas" na universidade, formada por três professores das faculdades de direito (Moacyr Amaral dos Santos), medicina (Geraldo de Campos Freire) e engenharia-POLI (Theodureto de Arruda Souto), que elaboraram uma longa lista com nomes de pessoas que viriam a ser expurgadas da USP e, depois, processadas diante de tribunais militares.
Foi também Gama e Silva quem concebeu às forças de (in)"segurança", que não tinham elo algum com o quadro universitário, uma sala próxima à sua no interior da Reitoria. A partir desse "bunker" se passou a fazer o controle político e ideológico da universidade, o qual perduraria até recentemente.
Diante desses e de muitos outros fatos, é fundamental que o Conselho Universitário da Universidade de São Paulo aprove a Comissão da Verdade da USP, para que possa acertar contas com seu passado e com seu presente.
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