andava devagar naquele lugar estreito, entre dois paredões desses sem fim. o medo de que eles a qualquer momento, sem qualquer aviso, invadissem em silêncio o pequeno vão e me amassassem: colocaria meu corpo de lado, paralelo, e olharia por sobre o ombro imóvel, tentando reduzir ao menor espaço a barriga, o osso do queixo, com receio de sentir as paredes geladas encostarem nas minhas bochechas, uma de cada lado, prensando-as regularmente em direção ao meu centro dominado. com o movimento lento, sentia me subirem pelas pernas ares quentes expelidos por tubos racionalmente distribuídos a cada três metros e meio, gases de cores escuras, azul, verde, marrom, preto. cada vez mais lenta, já meu peito estava quente, e o queixo parecia amortecido, o nariz irritado por um pó. estava prestes a cair e nada ao redor se mexia (exceto a névoa dançante de veneno que tomava o espaço trombando de um lado e do outro da viela em direção ao topo do mundo).
no corredor da rua, a moto foi engolida pela fumaça entre duas fileiras de dezenas de caminhões-torre.
Um comentário:
passo por isso tbm com minha pequena bike
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