domingo, 1 de novembro de 2009

a vida é doce (lobão)

com a mesma falta de vergonha
na cara eu procurava alento no seu último vestígio,
no território
da sua presença
impregnando tudo tudo que eu
não posso nem quero deixar que me abandone

são novamente
quatro horas
ouço lixo no futuro no presente que tritura
as sirenes que se atrasam pra salvar atropelados
que morreram que fugiam que nasciam que perderam
que viveram tão depressa tão depressa tão depressa

a vida é doce depressa demais

e de repente o telefone toca
e é você do outro lado me ligando
devolvendo minha insônia
minhas bobagens
pra me lembrar que eu fui a coisa mais brega que pousou na tua sopa
me perdoa
daquela expressão pré-fabricada
de tédio
tão canastrona
que nunca funcionou nem funciona

2 comentários:

Unknown disse...

http://www.youtube.com/watch?v=1zrH5HfVIvA

Guiga disse...

valeu!