sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

OS INQUILINOS

Vagner Geovani Ferrer

O dia estava bom, era uma quinta feira fazia bastante sol e no trabalho o mercado estava fraco, aí então o patrão resolveu nos dispensar, como eu ainda estou estudando, também resolvi chegar em casa e não fui à escola. Moro em uma rua sem saída e lá no bairro todo mundo se conhece, na hora que eu cheguei ainda estava claro e a molecada estava bagunçando na rua, quando eu estava abrindo o portão para entrar o meu vizinho, um senhor gente fina que morava do lado de casa, me chamou e me contou a novidade. Fala, rapaz!, me cumprimentou. E aí Sr. Dionízio, respondi com um grande sorriso, pois o Sr. Dionízio era um vizinho e tanto, não tinha nenhum tipo de problemas com a vizinhança, ele era separado da sua mulher e morava sozinho. Ele me contou que sua mulher tinha alugado a casa dos fundos novamente e que os inquilinos eram três rapazes solteiros e de boa família, do meu portão observava eles descarregando o caminhão e o Seu Dionízio, como já disse, um cara legal, foi ajudá-los e dar boas vindas.
No primeiro dia os rapazes ficaram arrumando a casa até tarde da noite, falavam alto e davam risadas e rolou até umas cervejinhas.
Lá em casa eu e minha esposa conversávamos , e lembrávamos que, há alguns meses, a mulher de Dionízio já havia alugado a casa para uma senhora que, por alguns tempos, deu o maior trabalho para o Dionízio. Esta mulher foi praticamente expulsa de onde morava, porque só trazia problema aos vizinhos, ela arrumava confusão com todo mundo do outro bairro.
A mulher do Dionízio já conhecia esta mulher encrenqueira também, e ofereceu a casa dos fundos. O Dionízio ficou morando sozinho na casa da frente para ela morar com as duas filhas na casa dos fundos, pois esta senhora também era separada.
Dionízio e sua ex-esposa eram separados por motivo de traição, quando mudaram para o bairro eles pareciam se dar muito bem. Mas com o passar dos tempos, Dionízio ficou sabendo que sua esposa o traía. Mas ele não podia fazer nada porque ele estava com problemas de saúde, tinha sua coluna toda fora do lugar e foi aposentado por invalidez, sua mulher trabalhava à noite e lá no bairro ninguém sabia o que ela fazia.
Quando chegava o final de semana, a mulher do Sr. Dionízio saía e o deixava sozinho, e quando ela ficava por lá era encrenca, uma vez ela bateu com o martelo na cabeça dele com a parte que puxa pregos e o coitado perdeu tanto sangue debaixo do chuveiro que se eu e um colega não chegássemos a tempo, acho que o pior iria acontecer. Naquele final de semana passei o dia todo e um pedaço da noite no hospital com o Sr. Dionízio.
Sua esposa não gostava mais dele, e queria vender a casa, para poder ir embora com o seu outro parceiro, mas, como ele não podia trabalhar mais e a justiça deu direitos iguais, o Sr. Dionízio estipulou um valor na casa, assim, quando eles fizessem negócio , ele poderia comprar uma casinha pequena para morar sozinho.
Então, como eu estava dizendo, eu e minha esposa ficamos horas e horas conversando, e voltamos a lembrar que a mulher que morava antes na casa do Dionízio deu muito trabalho para ele também, ela o agrediu várias vezes e o coitado ia falar com a sua ex-mulher, que a inquilina estava criando problemas, e ela nem se quer dava ouvidos para ele. Até que um dia a mulher agrediu o Dionízio na rua e bateu nele e quebrou os seus óculos. Então todos lá na rua ficaram revoltados, e um de cada vez ligava para a ex-mulher do Dionízio e fazia uma reclamação até ela dar um jeito, porque aquilo já havia ultrapassado os limites. O Dionízio estava sofrendo demais com aquela mulher, aí então ela foi embora.
O tempo foi passando e os novos inquilinos do Dionízio eram muito estranhos, eles ficavam o dia todo dentro da casa e a noite saíam e voltavam de madrugada, todos de porre e falando baixo, talvez era porque saíam todos os dias da semana e quando chegavam de madrugada não queriam incomodar os vizinhos, pois ali no bairro todos trabalhavam e a rua durante a semana era bem deserta.
Num final de tarde de sábado, eu estava de folga e fui lavar o carro, então eles estavam chegando e um deles nem me cumprimentou e me perguntou, aí, mano, qual é o ano desse carro?, e eu respondi, mas nem olhei para ele porque eu o achei muito folgado. Então ele disse, é um belo carro, hein?
Lá em casa todo mundo acorda cedo, meus filhos vão para a escola às cinco e quarenta e cinco da manhã e eu vou trabalhar às seis, então minha esposa fica sozinha até à uma da tarde.
Há alguns dias, uma colega foi fazer uma visita para minha mulher. Já havia algum tempo que elas não se viam. Quando cheguei em casa minha mulher me chamou para conversar, meus filhos já estavam dormindo e ela estava me esperando para falar e disse, hoje minha colega veio me visitar, então e aí? eu respondi, e minha mulher falou que estava tudo bem com ela, mas quando ela estava indo embora, assim que chegaram no portão, sua colega viu uma saveiro cinza, encostada na garagem do Dionízio, então ela perguntou para a minha esposa, de quem é esse carro? E minha esposa respondeu, de uns rapazes que estão morando aí na casa do Dionízio. Então ela falou a minha esposa que na outra semana, quando ela estava indo trabalhar por volta das cinco horas, ela viu o mesmo carro, ia em direção a uma moça que esperava o ônibus para ir trabalhar, do outro lado da rua, quando eles pararam o carro perto da moça, o ônibus chegou e a moça assustada subiu correndo para dentro do ônibus, e ela disse também que sua sorte foi que o seu ônibus já estava vindo, porque eles viram ela no ponto.
Depois daquele dia, começamos a ficar mais atentos com os vizinhos e, como sempre, começaram a chegar as conversas, uns comentavam que não eram gente de bem, diziam que só saíam de casa de noite para não serem reconhecidos, outros comentários era que saíam à noite para roubar ônibus. Mais tarde veio outro comentando que eles moravam na favela do C.S.U., uma favela perigosa próxima ao nosso bairro, lá tem toque de recolher e quem estiver fora de casa depois do toque leva chumbo. Lá o bicho pega, uma vez encontraram um homem, um chefe de família todo picado. A polícia nem quis saber, foi lá e só recolheu os pedaços e foi embora.
Nossa, eu estava louco para ver o Sr. Dionízio. Já fazia algum tempo que já não o encontrava, mas ele estava bem, ele tinha arrumado um emprego e estava contente, estava trabalhando naquele serviço que os velhinhos andam encima dos caminhões da Sabesp, para fazer buracos nas ruas, coitado dele, mal conseguia levantar uma enxada.
Passado uns dias, num domingo, eu lavando o carro na garagem de casa, novamente um dos inquilinos do Dionízio estava em frente da casa e me cumprimentou e eu respondi, era outro rapaz, parecia legal e ainda brincou comigo, puxa você vai gastar o seu carro de tanto que o lava, e deu risada e foi só isso. Em seguida chegou o Dionízio aí ficamos conversando, então ele me disse que estava um pouco chateado com os rapazes, porque estava acordando cedo e os caras com o som ligado e bebendo a noite toda, e ele não estava conseguindo dormir, me disse também que dois dias atrás, foi falar com eles a respeito do barulho e eles o responderam mal, então eu fiquei quieto, ele falou, porque eles estavam bêbados e eu não queria arrumar nenhum tipo de problemas.
Mais tarde em uma terça feira, os caras chegaram de madrugada fazendo o maior barulho, uma boa parte dos vizinhos foram aos pés das janelas para olhar e ouvir em sigilo o que havia acontecido, eles tinham batido o carro e estavam discutindo até que um deles empurrou o outro e disse, você não precisava fazer aquilo, mano! Aí o outro disse, o meu serviço é por inteiro, falô?, furei o cara só que não tinha certeza que ele tinha subido certo? voltei la para ver o fulano, o cara ainda estava gemendo então terminei o serviço, mandei o cara pro saco, certo?
Depois daquele dia o clima mudou lá no bairro e os três rapazes notaram a mudança e começaram a fazer escândalos no quintal do Dionízio, iam nos bares dali do bairro e arrumavam brigas com todos por lá. Só que o negocio começou a esquentar, existia um time de futebol do bairro e a rapaziada já estava na sede de pegar os caras, mas eles apareciam só quando tinha uma ou duas pessoas no bar. Era estranho que um deles nunca saía de manhã, só de noite, este era o cara que nunca deixava o serviço pela metade.
Outro dia eu estava em casa de novo, era mais um final de semana, e o Sr. Dionízio foi me procurar, me chamou no portão e pediu para entrar, achei esquisito, ele nunca quis entrar em casa. Então convidei-o para tomar um café, sentamos em frente da cozinha da minha casa, num puxadinho onde às vezes eu e minha esposa passamos algumas horas conversando. Aí então eu perguntei, e aí, Dionízio, como é que você está no novo emprego? Ele não me disse nada sobre o novo emprego, ele só falava dos seus inquilinos, mas eu não podia fazer nada porque nunca vi acontecer nada de estranho entre eles e o Dionízio. Então ele começou a tremer ficou nervoso e começou a me contar, sabia que por estes dias esses caras começaram a beber e na hora que eu estava chegando do serviço vi um deles apavorado escondendo algumas coisas entre os entulhos da minha casa? Notei algo de errado, mas estava com tanto medo deles que não via a hora de entrar para dentro de casa e me trancar lá dentro, só que no meio do quintal um deles me puxou pelo braço, então me assustei e me estranhei com ele, mas ele queria que eu ficasse ali bebendo com eles. Eu disse que não, mas eles insistiram tanto que por causa do medo resolvi ficar. No decorrer da bebedeira percebi que tinha uma menina dentro da casa deles, mas fiquei quieto, ainda bem que por enquanto não havia acontecido nada, os outros dois rapazes saíram e deixaram um deles sozinho com a menina. Resolvi entrar — continuou falando o Sr. Dionízio —, tomei banho e fui para a cama, liguei a televisão e comecei a assistir, escutei alguém bater na porta e estava um pouco nervoso, quando abri a porta, era o cara que estava sozinho com a moça. Ele não falava nada com nada, só queria arrumar confusão, então me disse, aí, meu! tô lá com a mina na maior e você aí, com essa porra ligada na maior altura, se liga, pô, desliga essa porra aí. Mas eu estava em minha casa e não podia deixar ele tomar conta dela né, então empurrei ele para fora e disse, por favor, vai dormir, você está cansado, vai dormir, vai? Ele ficou uma fera e disse, vai dormir o caralho, eu mesmo vou desligar essa porra, seu velho filho da puta. Aí ele me agrediu e a única coisa que pude fazer foi segurá-lo porque ele estava bêbado e mal agüentava parar em pé. Mas ele era mais novo do que eu e mais forte, então ele caiu por cima de mim, tentei livrar-me dele mas ele me segurou pelas pernas e com uma mordida me tirou uma lasca da canela. A dor foi tão grande que criei forças para jogar ele para fora e trancar a porta.
O Dionízio me mostrou sua perna, estava horrível, e eu disse a ele, converse com sua ex-mulher e peça para ela pedir a casa de volta. ele falou que ela disse que eles a pagavam em dia e ela não iria pedir a casa, se ele quisesse, ele que procurasse outro lugar para morar. Perguntei a ele se ela sabia que eles estavam perturbando os vizinhos e tinham o agredido, e ele disse que sim, falou também , que ela disse que se ele estava preocupado, procuraria logo um comprador para a casa e acabava com todos os problemas.
Fiquei com muita pena do Dionízio, e na hora que ele me falou porque estava em casa, fiquei mais triste ainda, ele queria que déssemos os números dos nossos celulares para ele, porque qualquer coisa podia acontecer e nesta hora ele poderia nos ligar. Dei os números para ele, mas me irritei tanto com aqueles caras e eu não podia fazer nada pelo o Sr. Dionízio. Você sabe, eu tenho filhos e minha esposa fica metade do dia sozinha em casa e esses caras não tem nada a perder.
O Dionízio foi embora mancando e eu quase chorando de dó, um senhor que vivia sozinho, começou a chegar mais tarde do serviço só para não encontrar os caras na casa, ou então chegava de mansinho para não acordá-los, para eles pensarem que ele não havia voltado do serviço, acharem que ficou por lá ou então que foi dormir na casa de seu irmão que morava perto e mal ia visitá-lo.
Mais uma vez o Dionízio foi me procurar em casa e o clima parecia estar melhor por lá, me falou que os caras estavam tratando-o bem, é verdade, eu estava no portão por esses dias e o vizinho do outro lado da casa dele me disse a mesma coisa, disse que viu o Dionízio com eles, viu os caras dentro da casa do Dionízio e ele junto, estavam na maior farra. Que bom, pelo menos agora ele dorme mais tranqüilo.
Chegou o final do ano, o Dionízio foi passar o Natal com os caras. Na onde, eu não sei. Só sei que ele voltou bem.
Na última semana do ano, minha esposa me falou que estava lavando louça e viu o Dionízio na garagem fuçando as tranqueiras que os caras deixavam lá, disse que o Dionízio parecia procurar alguma coisa, o que era, ela não sabia. Ela me disse que depois daquele dia os caras começaram a brigar entre eles mesmos.
Passado o fim de ano, muita festa, muita alegria lá na rua todos estavam reunidos, menos os inquilinos do Dionízio, o clima entre eles e a turma do futebol ainda estava quente.
As semanas se passaram e numa bela quinta feira, no dia , 27 de janeiro, um dos colegas da rua estava aniversariando, foi a maior bagunça minha mulher e minha filha estavam na festa, eu e meu filho preferimos ficar assistindo televisão em casa. Tenho um cachorro na minha casa, engraçado, ele estava tão agitado, não parava de latir, pulava e rosnava o tempo todo, pensei que fosse por causa da bagunça na rua, mas achei estranho porque ele parecia querer pular para a casa do Dionízio. Não sei o que estava acontecendo com o meu cachorro, eu gritei várias vezes com ele e ele não me obedeceu, então resolvi entrar para dentro, não iria adiantar nada , ficar brigando com o cachorro. Lá no Dionízio também estava tendo uma festa e os caras estavam bem agitados, naquela noite bebiam e comemoravam não sei o quê, percebi que um deles estava no portão e observava as pessoas na rua.
Foi muito difícil dormir naquela noite, a noitada foi longa, mesmo assim consegui acordar na hora certa para ir trabalhar.
No meu trabalho, no outro dia, por volta das dez da manhã, estava atendendo um cliente quando meu celular tocou, era minha esposa. Ela estava nervosa e chorava muito, na minha cabeça só vinha a pensar nos meus filhos, o que poderia ter acontecido? Minha esposa se controlou e disse para eu ficar tranqüilo, que as crianças estavam bem. Então perguntei o que estava acontecendo e ela me respondeu e disse, mataram o Dionízio. Eu fiquei parado e não acreditei, então pedi para o patrão me liberar mais cedo e contei o caso para ele, então ele me liberou. Quando cheguei em casa, minha esposa me explicou como aconteceu. Disse que estava lavando louça e da janela olhou para a rua e viu descer uma viatura da polícia e depois mais uma, depois outras três e foi chegando, quando ela percebeu, a rua estava tomada por policiais. Ela disse que quando estava clareando o dia, o vizinho do outro lado levantou para trabalhar e notou algo de estranho na casa do Dionízio, viu muito sangue e copos de cerveja espalhado pelo quintal da casa, os batentes da porta da sala do Dionízio também estavam cheios de sangue. Então ele correu para a casa do irmão do Dionízio que morava a duas quadras dali e foi dar o recado, mas chegando lá só estava a sobrinha do Dionízio, seu irmão já tinha saído para trabalhar. Então ela resolveu ir ver o que estava acontecendo. Chegando em frente a casa do Dionízio, ela chamou pelo tio, mas não apareceu ninguém, o portão estava trancado, ela resolveu pular o portão, quando ela subiu, viu que a carroceria da saveiro estava cheia de sangue, então ela saiu correndo e foi ligar para a polícia. No telefone ela fazia a ocorrência e o policial do outro lado da linha pedia as características do seu tio, então ele pediu o endereço dela e do tio e disse para ela esperar por ali mesmo porque eles tinham encontrado um corpo mais ou menos com aquelas características mais estava difícil de reconhecer. O corpo foi despachado ali perto, ao lado de uma represa, e os policiais em segundos chegaram na casa do Dionízio, onde sua sobrinha os esperava. Quando a polícia chegou, notou que a casa estava cheia de sangue no quintal, arrebentaram o portão e entraram na casa. Os caras estavam dormindo, um deles tinha desaparecido e o Sr. Dionízio não estava lá. Os caras estavam tão bêbados que nem sequer levantaram da cama, os policiais levantaram os caras a força, perguntaram do Dionízio e eles confessaram, nós o matamos. Um dos policiais pediu que um responsável fosse reconhecer o corpo, a sobrinha do Dionízio se manifestou, eu vou, senhor. Então subiram na viatura e foram, infelizmente era o Dionízio, seu corpo estava esquartejado, os caras colocaram os pedaços de seu corpo em sacolas e sacos de lixos, os policiais ficaram revoltados. Na rua todos queriam matar os caras, mas os policiais disseram que não podiam mais porque eles estavam presentes e a outra revolta foi que os elementos não foram autuados em flagrante, porque o corpo não estava no local.
Triste fim teve o Dionízio, separaram até o rosto dele, colocaram nariz em um lugar, orelhas em outro, cortaram a língua, seus lábios, arrancaram seus olhos e tudo isso, disse o cara da perícia, fizeram com ele ainda vivo. Coitado, morreu e não pôde contar com a ajuda de ninguém, seus vizinhos fizeram a lei do silêncio, todos nós nos acovardamos, agora já é tarde, não adianta mais, ele se foi de um jeito muito mal, ele se foi.
Ainda na delegacia puxaram a capivara dos elementos e constaram que os caras já eram procurados por outros homicídios, eles tinham identidades falsas, o carro que eles possuíam era roubado e outro meio de garantir o ganho era com drogas que traficavam.
Todos no bairro foram prestar as últimas homenagens ao Sr. Dionízio e lá encontramos todos seus parentes e nos lamentamos juntos. Horas mais tarde, apareceu um senhor com duas crianças, era o dono do bar de um outro bairro. E para deixar-nos com os queixos caídos, ele nos disse, eu também fui até a casa do falecido para ver a tragédia. Fiquei horrorizado quando vi os policiais prendendo aqueles elementos, na noite do crime eles passaram pelo meu bar e procuravam comprar sacos de lixo. Meu filho estava comigo e olhou para eles e disse, nossa, moço, sua roupa está cheia de sangue? Ele respondeu, é, garoto, hoje tivemos um trabalhão, matamos um porco e o dividimos todo em partes e era um porcão, hein! E davam muita risada.
No retorno para casa voltamos nos perguntando , como pode uma pessoa fazer uma barbaridade dessas?, o cara é um monstro, não tem coração. Será que a polícia sabe porque isso foi acontecer?
Assim que chegamos em casa havia um caminhão parado em frente a casa do Dionízio, era sua ex-mulher tirando tudo que era dele e dando uma boa faxina para poder botar a casa para alugar novamente.


6 comentários:

Guiga disse...

carácoles que extenso, mas não é que o cara me prendeu

helô disse...

o artigo que inspirou o novo filme do bianchi - 'os inquilinos'.

Ponto de Mutação disse...

Muito bom! tocante!

Rene F. Felix disse...

Eu que conheço e morei na rua onde aconteceu essa desgraça, e falar em desgraça hoje os três monstros estão soltos, pode? esguaterjaram o dono da residência e hoje vivem como se nada tivesse acontecido, isso é Brasil!

Marie Goulart disse...

Obrigada Helô! Há muito procurava o conto que inspirou Inquilinos e graças a ti finalmente achei!

Marie Goulart disse...
Este comentário foi removido pelo autor.